Bolsonaro condenado: imprensa internacional repercute sentença
O dólar reverteu a alta no início da sessão desta sexta-feira (12) e passou a operar em queda. A moeda americana alcançou o menor nível desde 7 de junho do ano passado, quando havia fechado a R$ 5,3242.
Por volta das 15h25, o dólar recuava 0,80%, negociado a R$ 5,3486. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, recuava 0,48%, aos 142.469 pontos. O movimento ocorre após a bolsa ter registrado recorde na véspera, o que leva investidores a vender ações para garantir ganhos.
Nesta sexta, o mercado reage à divulgação de novos indicadores nos Estados Unidos e acompanha de perto as possíveis respostas do governo Trump à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro — fator que também afeta o Ibovespa.
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▶️ Ontem, os mercados reagiram com otimismo aos dados de emprego e inflação dos EUA, que aumentaram as chances de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana. Hoje, novos números foram divulgados: o índice de confiança do consumidor para setembro ficou em 55,4, abaixo das estimativas de 58.
Um índice de confiança mais baixo reforça a percepção de desaceleração econômica. Isso indica que os consumidores estão mais cautelosos quanto ao futuro, o que pode levar a menor consumo e atividade econômica — aumentando a probabilidade de o Federal Reserve cortar os juros.
▶️No Brasil, investidores acompanham possíveis reações dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ontem, o presidente Donald Trump chamou a decisão de “terrível” e disse estar “muito insatisfeito”. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, prometeu uma resposta do governo americano.
▶️ O IBGE divulgou hoje que os serviços prestados no Brasil cresceram 0,3% em julho, como era esperado. Foi a sexta alta seguida do setor. Na comparação com julho do ano passado, o avanço foi de 2,8%, acima da previsão de 2,6%, e marca o maior nível da série histórica.
🔎 A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) acompanha o desempenho do setor de serviços no Brasil. O estudo mede a variação na receita e no volume de serviços prestados por empresas com 20 ou mais funcionários, ajudando na análise da economia e na definição de políticas públicas e investimentos.
▶️Além disso, o Banco Central realizou hoje dois leilões de dólares durante a manhã, com oferta total de US$ 1 bilhão, para renovar contratos que vencem em 2 de outubro. Depois, fez outro leilão de até 40 mil contratos para rolagem de vencimentos em 1º de outubro de 2025.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,39%;
Acumulado do mês: -0,55%;
Acumulado do ano: -12,75%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,36%;
Acumulado do mês: +1,22%;
Acumulado do ano: +19,01%.
Trump critica condenação de Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, na quinta-feira (11), o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a decisão, chamando-a de “terrível” e dizendo estar “muito insatisfeito”. Ele comparou o caso ao que enfrentou na Justiça americana:
“Isso é muito parecido com o que tentaram fazer comigo, mas não conseguiram de jeito nenhum. Mas só posso dizer o seguinte: eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem”, afirmou.
Trump não comentou se pretende impor sanções ao Brasil. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, publicou na rede X que os EUA “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
Confiança do consumidor dos EUA cai
A confiança do consumidor dos EUA caiu pelo segundo mês consecutivo em setembro, conforme os consumidores observaram riscos crescentes para as condições de negócios, o mercado de trabalho e a inflação.
A Pesquisa de Consumidores da Universidade de Michigan mostrou nesta sexta-feira que seu Índice de Opinião do Consumidor caiu para 55,4 este mês, o mais baixo desde maio, em comparação com uma leitura final de 58,2 em agosto.
Economistas consultados pela Reuters esperavam uma leitura de 58, pouco alterada em relação ao mês anterior.
“Os consumidores continuam a observar múltiplas vulnerabilidades na economia, com riscos crescentes para as condições de negócios, mercados de trabalho e inflação”, disse Joanne Hsu, diretora da Pesquisa de Consumidores, em um comunicado.
“Da mesma forma, os consumidores também percebem riscos para seus bolsos; as finanças pessoais atuais e esperadas diminuíram cerca de 8% este mês. A política comercial permanece altamente saliente para os consumidores, com cerca de 60% dos consumidores fornecendo comentários espontâneos sobre tarifas durante as entrevistas, pouco alterado em relação ao mês passado.”
Volume de serviços no Brasil
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,3% em julho sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O resultado ficou em linha com o esperado por economistas.
Foi a sexta alta mensal consecutiva do setor, que segue mostrando resiliência em meio ao aperto monetário. Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série.
Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades dos serviços pesquisadas tiveram alta, com destaque para informação e comunicação, que avançou 1%. A atividade de profissionais, administrativos e complementares cresceu 0,4% e os serviços prestados às famílias, 0,3%.
Os transportes, por outro lado, sofreram a maior retração (-0,6%), seguidos por outros serviços (-0,2%).
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Logo, o fraco desempenho de transportes refletiu uma queda das receitas do transporte aéreo, após cinco meses seguidos de crescimento, em meio a uma alta dos preços das passagens no mês.
O Banco Central, que voltará a se reunir para deliberar sobre os juros na próxima semana, tem destacado sua preocupação com a resiliência da inflação de serviços, conforme o setor opera acima do seu potencial. A expectativa é que a autarquia mantenha a Selic em 15%.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados estão estáveis nesta sexta-feira, após uma semana marcada por dados econômicos que mantiveram a expectativa de que o banco central dos EUA, o Federal Reserve, possa reduzir os juros em breve. Na véspera, os principais índices de bateram recordes, refletindo o otimismo dos investidores.
Na abertura, o Dow Jones Industrial Average caía 0,07% na abertura, para 46.077,14 pontos. O S&P 500 subia 0,05%, para 6.590,66 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,16%, para 22.078,629 pontos..
Na Europa, a maioria dos mercados fechou em queda nesta sexta. O recuo nas ações de empresas do setor de saúde tem pressionado os índices, enquanto investidores aguardavam uma decisão importante sobre a nota de crédito da França, que será divulgada pela agência Fitch.
Veja como ficaram os principais índices da região: em Londres, o Financial Times (FTSE) recuou 0,15%, a 9.283 pontos; em Frankfurt, o DAX caiu 0,02%, a 23.698 pontos; em Paris, o CAC perdeu 0,02%, a 7.825 pontos; em Milão, o FTSE/MIB avançou 0,32%, a 42.566 pontos.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. As bolsas da China recuaram após alcançarem o maior nível em dez anos, enquanto o entusiasmo com avanços em inteligência artificial impulsionou os ganhos em Hong Kong. Em outras partes da região, o clima foi de otimismo.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,12%, a 3.870 pontos; o CSI300, que reúne grandes empresas de Xangai e Shenzhen, perdeu 0,57%, a 4.522 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,16%, a 26.388 pontos; em Tóquio, o Nikkei avançou 0,89%, a 44.768 pontos; em Seul, o Kospi teve alta de 1,54%, a 3.395 pontos.
Dólar
Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters